quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O REENCONTRO



Na manhã seguinte, o anjo procurou o poeta e o encontrou caminhando por uma estrada solitária. Ao Ver o anjo ele parou e foi ao seu encontro.
o silêncio era tão intnso que parecia solido.
- Por que? - Sua voz rasgou o silêncio como um trovão na madrugada.
O anjo nada respondeu. Seus olhos eram de uma ternura e pareciam perdir perdão apesar do seus lábios permanerceram temulos.
- Por que mataste um amor tão infinito.- O poeta contemplava um ponto no céu, onde repousava seus pensamentos, como se quisessse enviar para longe seu sofrimentos.
- Ontem a noite não consegui dormir. _ Ela apenas falou isso e fez silêncio.
- Eu não sei nem se houve noite. Vivi um inferno a cada segundo que sai perto de você.
- Me perdoe. Eu o amo muito.
- Por que, então mentiu pra mim?
- Queria lhe esquecer. Procurava esquecer você..me perdoe. Pensei que seria melhor pra nós.
- E foi. Sinto muito, mas acabou...
O mundo caiu sobre o anjo que começou a chorar.
- Me perdoe.
O coração do poeta outra vez se tranformou em lágrimas e fugia timidamente pelos olhos.
- Eu não posso tê-lo pra mim e não quero que sofressemos com este amor que cresce a cada segundo dentro do meu peito. Mas vi que sem você ao meu lado não há sentido de viver... sei que errei não contando a você ...
- E você quer terminar?
-Não quero, mas precisamos nos consolar. Este amor é impossível.
O poeta olhos, então nos olhos pela primeira vez deste que se encontraram e aconteceu outra vez o milagre. Deus trocou suas almas naquele olhar e como se ambos fossem imã e ferro, eles se atríram num beijo ardente.
-Por favor não me deixe. - Pediu o anjo em soluços.
-Como posso deixá-la se somos apenas um?
E naquela mesma noite, tendo como cenário a casa à beira do lago das andorinhas, eles se amaram com mais paixão do que nunca. Pareciam dois loucos à beira do abismo...do abismo da paixão.
Lá fora a lua se espelhava no lago e o vento frio que soprava balançava os galhos da enorme árvore, fazendo-a acareciar a pedra que inerte e silenciosa observava a estrelas no firmamento naquela noite de verão.
E nem mesmo os soluços e gemidos vindo da cabana quebrava o silêncio, pois eram como música. Já faziam parte da trilha sonora da noite, se misturando com os coaxos dos sapos, os pios das aves de rapinas e uivo do vento lobo que enamorava a lua, como uma alma penada em busca de um corpo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

CICATRIZ


Naquela noite de verão, a lua surgiu tão bela no céu carente de nuvens, que o lago permanecia em silêncio para lhe refletir em sua profundeza, era como se o lago quizesse uma lua só para ele. Mas aquele momento efêmero de solidão e posse, iria aos pouco fluindo de acordo que a noite se evaporasse em fios de madrugada.
As andorinhas, visitantes assíduos naquele fim de tarde e começo de noite, deveriam ter adivinhado algo que iria acontecer e do qual não queriam ser testemunhas. Até o silêncio que escorregava pela solidão que a lua despertava, petrificou-se, tamanha a sua magnitude.
O poeta, caminhava lentamente entre as árvores que desfolhavam-se como que planfletando o começo do outono, quando sentiu aquele perfume...o anjo. Seu coração parecia querer voar para fora do corpo em busca da amada que surgia na noite como um facho de luz. Ela não o percebeu e caminhva lentamente de encontro uma sombra que apareceu, não sabe se do útero da terra, ou do das entranhas da noite. O poeta o viu quando os dois trocaram um abraço e sentaram a beira do lago, onde um dia os dois se beijaram.
Houve um silêncio tão profundo em seu corpo que era como se seu coração houvesse parado por alguns segundo, que pareceram séculos, para depois acelerar querendo recuperar o tempo perdido ou quem sabe sair outra vez voando, só que desta vez não em busca do anjo, que não mais existia, mas para se perder no espaço a voar solitário como a lua.
"O meu anjo! oh!Deus arranca este meu coração e põem em seu lugar uma pedra. O amor não mais existe...ser poeta é acreditar infinitamente no amor, como se a vida fosse uma poesia, e não um lago tão belo, mas profundamente cheio de mistérios e surprezas."
"Amei um anjo que nunca existiu...mas eu vi suas asas!
"Ele me amou como nunca ninguém jamais me quis...Mas também me fez sofrer.
"Olhei nos seus olhos e vi o amor...chorei e sorri em suas asas brancas.
Nos olhos do poeta uma lágrima também espelhou a lua. A dor era tamanha, mas não maior doque a decepção! Mesmo assim continuo a sua caminhada, quando de repente seus olhos se algemaram por algum segundo e pela primeira vez na troca de olhar Deus não trocou suas almas, talvez pelo medo que havia nos olhos do anjo e a dor no coração do poeta.
E a cada passada que lhe distanciava dela, seu coração ia fluindo em lágrimas pelos olhos. Naquela noite quando a madrugada rabiscou os seus tons grafites no céu, ela o supreendeu reprizando aquele momento marcado à fogo para sempre em seu coração. Cicatriz.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

UM ANJO VEIO ME FALAR

Engana-se quem pensa que anjos não vêm até nós,Pois creia quem quiser... ontem um veio me visitar !Acredite... ele leu minha alma,Esse anjo sabe da minha saudade contida,Da minha felicidade não revelada...Não há nada que eu possa fazer, pensar ou sentir que esse anjo não saibaEsse anjo que veio me visitar me fez acreditarQue a paz ainda existe,Que caminhar nas nuvens é possível,Esse anjo me tirou fácil um sorriso,Deu luz ao meu olhar...Sentido às minhas emoções!Pois creia quem quiser... ele existe e ontem veio me visitar !

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A LENDA DO LAGO DAS ANDORINHAS


Após passearem, ambos sentaram-se à sombra do carvalho que curvava-se sobre uma enorme pedra à beira do lago e foi aí que o anjo contou ao poeta a lenda do Lago das Andorinhas.

_ Uma india apaixonou-se por um guerreiro, mas essa india era prometida ao Paje da tribo, porém ela não conseguia mais conter seu amor e muitas vezes fugiu de sua tribo para encontrar-se com seu amado guerreeiro que da mesma forma a amava perdidamente. O Paje sabendo da traição oredenou que o feiticeiro da tribo transformou-se a india em uma árvore e o gueirreiro em uma pedra.


O feiticeiro temendo ser castigado pelo Pajé realizou o seu pedido, e os deixou a beira de um lago, bem próximo, poedendo se verem, mas não podiam se tocar ou amar. Porém a força do amor é estranha e o vento sempre que soprava com força permitia que as pontas das folhas tocassem a pedra. Quando não a india transformada em árvore despreendia suas folhas para que caisssem sobre a pedra para acareciam seu amado, eram as lágrimas que se desfolhava pela distancia.

O anjo deitou-se no colo do poeta que perguntou:
_ E onde entram as andorinnhas na estória?
_ As Andorinhas vêem alergar a bela India que encontra-se encantada.
_ Elas parecem que estão vestidas para um casamento. Todas de terno preto.
- Na realidade acreditam os mais antigos que elas vestem luto por causa do acontecido, porém nunca abandonaram o jovem casal mesmo tendo se passado um século...
- Um século?
- E o que diz a lenda. Outros acreditam que as andorinhas são os espiritos dos indios da tripo que voltaram para ficar com o jovem casal na esperança de um dia o encanto acabar.


O Anjo enquanto conversava acareciava os cabelos do poeta. O vento soprou mais forte e algumas folhas cairam sobre eles. Parecia que a India ao ouvir toda a estória começou a chorar e desfolhar-se em lágrimas sobre a pedra que inerte permanecia ao lado de sua amada, mas tão longe em seu silêncio.
- As vezes penso que esta estória esta se repetino conosco. Estamos ambos apaixonados, mas impedidos de sermos um dos outro.
- Mas nós ao menos podemos nos tocar, nos amar...
- Não sei o que é pior, poder fazer tudo isso e saber que não podemos continuar ou ser transformado numa pedra...a pedra pelo menos não tem coração e não sofrerá mais a dor que dilacera nossas almas...

Nisso o poeta sentiu sobre seu rosto uma lágrima do anjo desfolha-se sobre ele. Ambos choravam e ficaram se olhando em silêncio e assim permaneceram até quando um beijo unia suas almas entre gemidos de dor e paixão.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O lago das andorinhas


Numa tarde, quando o poeta sentiu a falta de seu anjo, ele a procurou no jardim que circundava o enorme orfanato, onde o anjo resoveu se enclausurar em dedicação as crianças órfãs.

No seu peito o coração parecia querer saltar, quando sentiu seu perfume no ar. Era de uma essência impar e nenhuma das flores que enfeitava os jardins que se multiplicavam até onde a vista desse, tinham igual perfume.
_ Ela está por aqui! - Sorriu, porém o medo aumentava.

Contornou um enorme carvalho e deparou-se com um lago repleto de andorinhas que voavam em zique zague sobre o espelho d´água. Elas em pleno voô conseguiam beber água em repetidas doses, eram como se custurassem o lago. Na outra margem uma velha cabana de madeira observava inerte a ação de trepadeiras que lhe abraçava espalhando ramalhetes de flores por todo o alpendre. Uma enorme pedra repousava em silêncio há poucos metros de um cavalho que se curvava sobre o lago como se quizesse, assim como as andorinhas, saborear água fresca, ou quem sabe apenas se olhava no espelho turvo do lago.

Um ancoradouro de madeiras velhas parecia um amante solitário a espera da amada que nunca vinha e ainda tinha em suas mãos resquícios dos bons tempo quando canoas se reversavam em encontro e desencontros dia e noite, hoje porém, apenas uma delas restou, encalhada sendo incomodada de seu sono pelas ondas do lago.

O poeta observa as andorinhas, quando o Anjo surgiu magestoso nos ares e por incrivel que possa parecer não assustou os passaros que continuaram a patinar sobre as águas. Suas enormes asas eram mais branca que o dia, pareciam tecidas de raios solares. O pouso foi leve como a carícia de uma pluma ao deitar-se sobre a relva.

Trazia no olha um misto de alegria e medo.
O poeta sentiu seu perfume lhe abraçar, era como se seu coração nadasse num lago de flores.
_ Eu sabia que você vinha e vim fazer uma surpreza.- Disse o poeta após o silêncio
- Queria muito te ver, mas não queria te incomodar.

Sua voz trazia era de uma ternura que acalmava o coração agitado de Vinícius.
Ficaram passeando de mãos dadas em redor do lago e rumaram até a cabana abandonada, onde se amaram apaixonadamente sem perceber que o tempo era seus inimigos.
E quando estavam de saida o anjo falou:
- Sabe a lenda que existe nesnte lado das andorinhas?
-Não.
E o anjo contou-lhe a seguinte história.

Veja abaixo o Vídeo do Lago das Andorinhas. Ele existe realmente. perceba a quantidade sobrevoando o lago conforme descrito nop texto acima.
No final do vídeo podermos observa a casa e o ancoradouro.


(Na próxima postagem contarei a lenda do lago das andorinhas)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

QUE NÃO TERMINE ASSIM...


Dias após o anjo perder suas asas o poeta a encontrou sentada a beira do lago pensativa. Naqueles olhos, antes de uma paz angelical, agora haviam também neles um misto de felicidade e medo representada por duas lágrimas distintas em cada faces.

A metamorforse aos pouco ia acontecendo, mas para o poeta era brusco, dolorido, quase que inaceitável. E como crescia em seu coração um sentimento desconhecido...ele também sentiu medo de que a liberadade da falta das asas, aprisionasse o anjo nos desejos que o mundo oferecia em diversas doses sedutoras no dia a dia.


Aos pouco ele percebeu que o perdia mesmo estando mais ao seu lado. A vida ia consumindo a pureza do anjo, tornando-o numa mulher mais sedutora, independente e moderna.


Os dias iam se passando e o poeta se consolava com as doces lembranças de seu anjo que se eternizaram em seu coração. Não a deixou de amá-la, mas entendeu que para não fazê-la sofrer, nem aumentar sua dor, ele passaria a viver assim de sonhos e lembranças, afinal o anjo agora precisa de sua liberdade para poder voar, mesmo sem as asas.


E todas as noite, o poeta ainda visita aquela árvore que os escondiam das estrelas e quando as folhas lhe toca o rosto enlagrimado ele imagina que é o anjo que chega de mansinho e o acaricia com suas asas.

A lembrança é o único consolo.

(Que não termine assim, mas...)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Almas Gêmeas

Quando duas pessoas se amam, elas passam a ser apenas uma. São almas gêmeas, é como se Deus trocasse de corpo seus corações no primeiro beijo, ou quem sabe suas almas durante o primeiro olhar.
Assim aconteceu com o poeta e o anjo naquela manhã quando a viu pela primeira vez junto de várias crianças. Nem as flores que soltavam suas petálas como se fosse cartinhas perfumadas ao vento, tinham no perfume igual essência.
Seu sorriso era de uma pureza tanta que se confundia com a inocência dos olhos das crianças que lhe abraçavam para se perfumarem de alegria, dando ao poeta um pouco de ciume.
Uma poesia acendeu-se no coração do poeta quando seus olhos da cor do amor beijou os seus, era como se sua alma para escrever tal poesia acendesse uma foqueira na escuridão do seu coração, ou será que foi nesta hora que Deus fazia a troca dos corações ?
Quando o poeta deixou para traz o enorme casarão, onde o anjo morava, não sabia se algo lhe faltava ou se foi lhe acrescentdo alguma coisa...parecia até que sua alma não lhe pertencia mais.

Era isso que justificaria dias depois o seu corpo querer possuir o anjo. Sentia uma ardência no peito e uma ansiedade de vê-lo a cada hora, a cada munuto...era como se a alma dela que estava em seu corpo queria voltar as suas origem. E a sua alma? Como estaria com ela? O poeta só soube depois quando a encontrou e ambos não poderam evitar o beijo, no entando as almas preferiram continuarem em corpo trocados, pois assim teriam a certeza de que nunca deixariam de se encontrar.

O poeta ainda chora em silêncio...e o anjo também.